sábado, 24 de julho de 2010

CARTA AOS INDEPENDENTES

Oi! Escrevo essa carta pra você com o intuito de lhe mostrar o quanto crescemos juntos. Desde que saímos de casa e passamos cinco dias pelas estradas, já tinha percebido que a tua ingenuidade tinha deixado o lugar para a coragem, e onde morava a vergonha, agora se dá seu espaço para a personalidade. E essa personalidade que estava se formando, agora já pode ser dita como forte e decidida por si.
Éramos crianças e nem nos dávamos conta disso, agora somos adultos, mas com a essência daquela criança que ainda se deleita e se admira com o mundo e acredita no próximo. E claro que o próximo pode muito bem nos despistar ou nos tratar mal, mas existem ainda pessoas que valem a pena serem gostadas.
Mas escrevo principalmente a lhe dizer que aprendemos uma lição mais que importante, acima de tudo essencial. O de que os irmãos que deixamos do outro lado do mundo, ou nos desertos mais quentes ainda continuam a serem nossos entes queridos e irmãos mais do que fortes. São eles que estão do nosso lado sempre e sempre estarão. Em qualquer situação. Mesmo que todos estiverem contra nós, eles estarão ao lado para poder estender a mão.
Quando voltarmos pra casa, começaremos a trabalhar em projetos mais criativos e artísticos. Teremos mais vontade de criar e de fazer parcerias com todos os amigos necessários e interessados no que pensamos para projetar.
As pessoas em seu normal são como arvores fortes, criam suas raízes e dificilmente se libertam das correntes. Nós somos diferentes, somos como folhas, que ao vento vão fazendo o seu caminho de modo consciente e intuitivo.
Como folhas caem no chão e de sua energia dá o adubo para a terra, nós somos para a arte. Nossa energia faz da história da arte a importante ferramenta que escreve os caminhos da sociedade.
Um artista como nós tem o poder de mudar nossos arredores, mudar comunidades e mudar os pensamentos. Mas para isso fazermos devemos nos reciclar. Aceitar-nos e nos entender primeiro para assim entender o próximo.
Escrevo também para dizer que nós conseguimos um grande feito. Conseguimos limpar nossas mentes. Nossos conceitos hoje são outros. Mais conscientes e consistentes. Direcionados e responsáveis conosco e com quem realmente importa.
Ainda lembro que você era uma criança que corrias pelos espaços da faculdade, hoje corres para encontrar teus objetivos e cumpri-los.
Agora façamos do mundo nosso ateliê. O primeiro passo é o que queremos com ele.
O que queremos com ele? Depois disso é segurar os cintos e partir rumo ao desconhecido.
Esta carta escrita por mim, para você, para mim e para nós, relata a forma pela qual uma criança se tornou finalmente um homem de visão, com conceitos renovados e valores.
Carta para nós artistas, que temos tanto poder nas mãos, mas às vezes nem sabemos usar, ou até esquecemos-nos disso.
Agora essa corrida começa para vocês também, e o próximo é o ano dos independentes. O ano dos que querem algo na vida, o ano de fazer e não o de esperar. Pois quem ficar só esperando ficará para trás. Tracem seus objetivos, pois a jornada começou.


















Cleyson Oliveira de Oliveira.

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