sábado, 15 de janeiro de 2011

Here We Goooo

ISSO É UM FATO. NINGUÉM AQUI CITADO EXISTE REALMENTE. FOI APENAS UM DELÍRIO BOM DA MINHA MENTE. PRA COMEÇO DO MEU LIVRO!!! "TOTALMENTE TERCEIRO SEXO"



J. PS Barcelona

Outro dia entrei no meu Orkut e lá estava escrito nas atualizações do Gabriel. Era aniversário dele. Pareceu-me estranho, pois há três meses pensei ter dado os parabéns pra ele. Mas tudo bem, eu nem sempre lembro mesmo do meu próprio quanto mais dos outros. Eu sempre tive uma queda por ele. Quando ele queria sorrir fazia com os olhos. Aqueles olhos cor de avelã.

Era o tipo de sorriso que você podia tentar imitar, postando-se diante do espelho do banheiro feito uma idiota. Às vezes parecia que ele não queria que olhassem tanto assim pra ele. Era um magnetismo idiota da minha parte, pois sempre fui uma menina decidida. Mas fazer o que. Tudo que é muito decidido em algum ponto possui uma falha, um erro fatal. E o meu erro fatal, a minha falha o meu ponto fraco era o modo como ele me olhava. 

- Vai fazer o que amanha? Droga por que eu tinha de ligar.

- Algum plano? Talvez pensasse em ir à locadora e pegar uns filmes, um do Woody Allen. Que tal?

Woody Quem? Nossa por que eu liguei pra ele. Tudo bem que eu gosto de assistir filmes, mas lembrar do nome de cada diretor ou produtor. Não é a minha praia. Uma vez em uma conversa ouvi assim por alto o nome Allen.

- Tudo bem. Qual o nome do filme?

- Vick, Christina Barcelona. A sinopse é boa, e a Penélope Cruz está demais.

- Com certeza, eu adoro a Penélope. Dessa vez eu sei de quem ele estava falando. Quem nunca ouviu esse nome. Apesar de que poderiam dizer o mesmo do Woody.


Era quase meio dia quando a campainha tocou. E eram elas. As minhas melhores amigas. A Patrícia sempre usava aquela tiara meio estranha que eu tinha dado a ela no natal passado. Suzana sempre bem humorada com um sorriso no rosto. Mesmo em tempos ruins ele estava lá, grudado nela. Em certos momentos eu pensava se era realmente sincero, mas deixa pra lá. Eu gostava delas por que eram diferentes de mim, assim poderíamos ter diferentes pontos de vista sobre muitas coisas, sem correr o risco de errar feio. E elas estavam em casa pra isso. Pra decidir o que usar hoje à noite. A sorte que eu tinha várias roupas e assim poderíamos fazer combinações para as três.

- Fiquei a manha toda assistindo vídeos no Youtube, esperando vocês chegarem. 

- Calma. Está tudo decidido! Disse Patrícia, sacudindo a cabeça em sinal de positivo. Ter uma amiga que faz o curso de moda tem suas inúmeras vantagens.

- Que vídeos você assistiu? Perguntou Isabel, tirando um fio de cabelo do cardigã preto de Jéssica.

- Estava vendo o trailer do filme do Woody Allen. Gabriel me convidou.

- Ele te convidou? Perguntou Patrícia que largou um dos vestidos vermelhos que tinha escolhido no chão.

- Quer dizer, não assim convidou. Eu que liguei pra ele, e acho que rolou a vontade de convidar na hora.

Elas começaram a rir, pois acho que perceberam meu rosto ruborizar. E realmente fiquei vermelha ao falar nisso tudo. Ora, quem sabe hoje à noite na festa não role nada conosco, entre umas bebidas e outros petiscos. Por sorte Jéssica e as amigas vinham daquele tipo de família para a qual beber era tão comum quanto assuar o nariz. Os pais dela acreditavam na idéia meio européia de que quanto mais cedo o acesso seus filhos têm ao álcool, menos provável será que abusem dele. Então Jéssica e as amigas podiam beber o que quisessem desde que mantivessem as notas altas e aparências e não passassem vergonha nem envergonhassem a família vomitando em público, urinando na calça. O mesmo valia para qualquer outra coisa, como volúpia ou drogas – desde que você mantivesse as aparências, tudo bem. Mas nada de arriar a calcinha. Guarde seus órgãos genitais. Isso fica pra depois.

O que mais elas sabiam era manter as aparências. Coisa de menina filinha de papai. Mais sorte ainda as três serem inseparáveis. As três mosqueteiras, como diziam por ai. Sempre unidas e todas por todas. De todos no grupo, elas eram irmãs siamesas. Às vezes até trocavam namorados, depois de um termino e outro. Mas claro que nenhum dos idiotas sabia. Era tudo um sigilo total.

Jéssica era a filha perfeita do papai e da mamãe. Fazia todos os gostos, mas sabia muito bem como pedir seus desejos. Aparentava ser bastante arrogante, mas só com quem não conhecia. Pois quem era mais chegado percebia o quanto ele admirava amizades e sempre cumpria com a sua palavra. Uma morena de beleza misturada. A família do seu pai chegou ao Brasil na época da escravatura, e desde então estão por aqui. Vieram pra Belém sem saber onde parar. Isso já faz uns 50 anos. E ela é uma das misturas que surgiram durante os anos na família. Sua mãe é brasileira com descendência espanhola, então o ar castelhano ronda a aura da moça. Cabelos negros ondulados, o cabelo mais bonito de sua escola. Seus 17 anos distribuídos em 1,65 de altura. Olhos castanhos claros e boca naturalmente vermelha. Um encanto de menina. 

Patrícia era a loura do grupo. Seus olhos azuis escuros eram o cartão de visitas. Uma garota de 1,67 de altura, esperta para solução de problemas. Todo mundo a chama de “Patricinha da moda”. Tudo que está na moda está em Patrícia. Está sempre atualizada nas tendências da moda. Não é a toa que é considerada umas das melhores alunas do curso de moda da Escola Nacional de Talentos Ernesto Ribeiro, chamada por todos de ENTER. Ernesto Ribeiro era um empresário que morreu há uns cinco anos, e fundou essa escola. Ele foi um dos escolhidos em sua época para trabalhar em uma empresa pela qual descobriram o seu grande dom de engenharia, então fundou a escola como uma espécie de retribuição. Por sorte patrícia conseguiu uma das 55 vagas ofertadas no ano em que foi admitida. 

Suzane é uma garota interessante de cor amorenada, olhos pequenos negros e cabelos igualmente escuros. Seu maior hobby é pesquisar coisas na internet que não tem tanta funcionalidade ou assuntos diversos. Às vezes ela diz coisas que não tem algum sentido. A primeira vista parece estar em outro lugar. Viajando na maionese como se costuma dizer. Mas é uma menina muito inteligente. E sempre tem um sorriso no rosto pra mostrar o quanto podemos ser positivos em momentos ruins. “Estar perto dos meus amigos sempre me deixa mais feliz”, é a frase preferida dela. E realmente, ela certa vez me disse que prefere perder um namorado a um amigo. Ou algo do tipo. 


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